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As suculentas venceram a pandemia!

Enquanto as flores de corte tiveram queda de até 90% durante a fase mais dura da crise na saúde, as plantas em vasos salvaram as contas dos produtores

por Fernanda Zandonadi

em 29/02/2024 às 0h28

3 min de leitura

As suculentas venceram a pandemia!

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A recuperação da floricultura de corte será lenta no Espírito Santo. Dependente direto dos eventos, o setor viu as vendas despencarem com a paralisação de casamentos, festas e shows durante os meses mais duros da pandemia no Espírito Santo. A perda para o setor de corte, até Finados, foi de 90% da produção, estima a extensionista do Incaper em Guaçuí, Márcia Varela.

Se as flores de corte tiveram queda nas vendas, as suculentas salvaram o mercado, com alta na comercialização de até 30% (Foto: Pixabay)

“Não ocorreram eventos, nem mesmo os pequenos. As igrejas só faziam transmissões pela internet, não compravam flores para a decoração. Os agricultores com quem tive contato disseram que praticamente pararam de comercializar. Até quem conseguiu se manter nas feiras teve problemas, já que as pessoas priorizavam a compra de alimentos a flores ”, explica.

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As plantas mais comuns cultivadas em solo capixaba são: roseiras, crisântemos, gérberas, lisianthus, gipsófila, antúrios, bastão do imperador, copos de leite e helicônia (Foto: Pixabay)

Se há um lado positivo nisso tudo é que as flores de corte mais comuns no Espírito Santo são de plantas rústicas. “Então foi feita uma poda, para a limpeza, mas as plantas continuam lá, sendo preparadas para a próxima safra ”, conta.

Se o período mais drástico da pandemia foi duro para os floricultores, em novembro a situação mudou um pouco. “Pequenos eventos têm acontecido ”, disse Márcia Varela.

#Vasos de vida

Se as flores de corte tiveram um desempenho desastroso durante a pandemia, o mesmo não se pode falar das plantas envasadas. “Elas continuaram com o mercado bem equilibrado, não teve tanta queda. Floriculturas e supermercados absorveram essa demanda. São Paulo sentiu muito o baque da pandemia e é nosso principal fornecedor. Para dar uma ideia, 80% das flores vendidas no Estado vem de Holambra. Por lá, ocorreu uma queda grande na distribuição, os fornecedores não estavam circulando com a mercadoria. Então as floriculturas começaram a comprar vasos dos produtores regionais ”.

A mudança do comportamento provocado pelo “fique em casa ” também mexeu com o mercado de plantas em vasos. “Quem ficou em isolamento, para ter uma atividade, começou a mexer com plantas, então as de vaso conquistaram esse novo mercado. Isso tudo fez com que as suculentas, que são plantas de fácil manejo, salvassem o mercado da floricultura e fizessem as vendas aumentar, de 20% a 30%, no segmento de envasados.

Hora de cuidar da casa
“O mercado de flores foi, realmente, muito atingido pela pandemia do coronavírus e o ano de 2020 foi muito difícil para o setor. As perdas para quem atua na área de eventos e festas, com decoração e ornamentação, arranjos, buquês e flores de corte foram muito grandes, porque essas atividades praticamente pararam. Porém, pelo fato de as pessoas ficarem isoladas, elas quiseram cuidar mais das suas casas e criar espaços mais harmoniosos.

Com isso, as vendas de plantas de vasos para interiores, plantas de pequeno porte como cactos, suculentas, mini rosas, mini antúrios, kalanchoe, calandivas, hortênsias e orquídeas foram espécies que tiveram um aumento, em alguns casos, de até 200%. ”

Clenilson César Barbosa,
Produtor rural e presidente da Sulcaflor – Associação dos Produtores de Flores e Plantas Ornamentais da Região Sul/Caparaó

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