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Oportunidades porteira a dentro: como o agronegócio capixaba está se fortalecendo em meio à crise

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em 24/04/2020 às 13h59

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Oportunidades porteira a dentro:  como o agronegócio capixaba está se fortalecendo em meio à crise

Nara Sthefania Tedesco é filha de produtor rural, engenheira agrônoma e franqueada Studio Agro. (*Foto: Divulgação)


Em meio a crise de saúde e a necessidade de paralisação de várias atividades consideradas não essenciais, o agronegócio continua se destacando na contribuição do PIB brasileiro. A boa notícia de safra recorde de grãos anunciada pela Conab após a conclusão do sétimo levantamento de estimativa de safra traz ainda mais ânimo a quem participa ativamente dessa cadeia.

De acordo o levantamento realizado pela Conab no mês de abril de 2020 a produção de grãos no país poderá atingir, nesta safra, um volume de 251,8 milhões de toneladas, 4% ou 9,7 milhões de toneladas superior à obtida na safra anterior, com um aumento também da área cultivada. Esse recorde na produção de grãos coloca o Brasil na frente do grande produtor mundial, os Estados Unidos.

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Esses números trazem apenas informações de estimativa para a produção de grãos, em que a soja e o milho representam
cerca de 90% da produção e os outros 10% ficam por conta de outros cereais como algodão, arroz, feijão, aveia, canola, centeio, cevada, trigo e triticale. É importante ressaltar que nesse levantamento não é considerada a estimativa para a safra de café, que tem na Conab uma análise específica e exclusiva para a cultura e da qual o Brasil é o maior produtor e exportador mundial.

Não podemos deixar de mencionar aqui também os produtos florestais, carnes, mamão, laranja que são destaques no cenário
das exportação brasileiras, bem como da extrema importância da diversidade de hortifrutigranjeiros produzidos no Brasil e em sua maioria, por pequenos e médios agricultores e destinados especialmente à mesa dos brasileiros.

Apesar das boas notícias de safra recorde de grãos e de que “o Agro não para ”, e de fato não pode parar por serem os alimentos uma necessidade básica do ser humano, a agricultura não é uma atividade isolada e por isso mesmo tem enfrentado seus desafios nesse período.

Produzir, colher e comercializar envolve toda uma cadeia para fornecimento de insumos, logística, mão-de-obra, bem como de estabelecimentos aptos para comercialização, fatores que tem impactado diretamente a atividade agropecuária nesse período de pandemia, principalmente em regiões produtoras de hortifrutigranjeiros destinados ao mercado interno e
altamente dependentes de mão-de-obra, como é o caso do Espírito Santo.

Agricultores capixabas não param de se reinventarem na busca de oportunidades em meio à crise, com a tentativa de superar os efeitos resultantes do momento. Alguns desafios encontrados pelos pelos produtores rurais desde o início da crise de saúde são listados abaixo:

  1. Alta nos preços
    da soja e milho, componentes básicos da alimentação animal,
  2. Dificuldades para transportar mercadorias tendo em vista a logística mais complicada em função do momento,
  3. Dificuldades na comercialização de hortifrutigranjeiros em virtude da restrição de acesso ou total fechamento de estabelecimentos onde esses produtos são comercializados, como feiras livres, por exemplo,
  4. Alta dependência de mão de obra, oriunda inclusive de estados vizinhos para realização da colheita do café, uma vez que as condições de relevo acidentado na grande maioria das propriedades capixabas não permitem a mecanização da cultura,
  5. Redução no fluxo de turistas em regiões do Estado onde o Agroturismo se consolidou como importante fonte de renda para diversas famílias, e ainda,
  6. Exportações de mamão reduzidas, uma vez que o envio de cargas para outros países quase que na sua totalidade foi interrompido.

Visando manter a continuidade da sua atividade, garantir alimento à população e saírem mais fortalecidos lá na frente, agricultores e empresas do setor agrícola estão lançando mão cada vez mais de
soluções em tecnologia e de uma gestão ainda mais eficiente, buscando assim, se adaptarem a essa nova realidade para minimizarem os impactos da crise. Entre as soluções que tem possibilitado a continuidade da atividade agrícola em seu todo, ainda que o ritmo não seja como antes, podemos destacar:

  1. Mudança na rotina do espaço de trabalho, tanto durante o transporte de pessoal para as propriedades rurais e durante suas atividades, como nos “packing house” de tomate, mamão, banana,
  2. Cuidados redobrados nas embalagens e transporte, principalmente de frutas e verduras,
  3. Adequação nas embalagens para entrega da mercadoria, com todos os cuidados necessário à proteção da saúde dos clientes,
  4. Comercialização via telefone e aplicativos que possibilitam ao cliente fazer seu pedido e ir até o local apenas para retirada da mercadoria,
  5. Utilização de ferramentas de gestão para controle interno, garantindo a melhora nos processos financeiro, tributário e fiscal e identificando oportunidades,
  6. Planejamento de preços de forma mais concreta, garantindo maior competitividade no mercado.

Certamente, os agricultores e empresas do setor que estão olhando para o seu negócio “porteira a dentro”, especialmente nesse momento, sairão com mais oportunidades quando passarmos por tudo isso. Apenas com soluções inteligentes e uma gestão ainda mais eficiente é possível mitigar riscos, eliminar custos desnecessários, gerando assim, oportunidades para manter o negócio sustentável.

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