pube
Avicultura

Avicultores conferem as tendências dos mercados de grãos e ovos no primeiro Qualificaves de 2020

por Associação dos Avicultores e Suinocultores do ES

em 19/02/2020 às 15h46

4 min de leitura

Avicultores conferem as tendências dos mercados de grãos e ovos no primeiro Qualificaves de 2020

(Foto: *AssCom Aves)


Iniciando o ciclo de palestras do Programa Anual de Capacitação de Avicultores (Qualificaves) que acontecerão ao longo de 2020, em seu primeiro módulo voltado para o setor de Postura Comercial, a AVES, em parceria com a Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi) e com o apoio da empresa Polinutri, promoveu, no último dia 12 de fevereiro, em Santa Maria de Jetibá, a palestra “Análise e tendências dos mercados de ovos e grãos ”.

O encontro que contou com a participação de 74 avicultores, técnicos e demais profissionais ligados ao setor foi ministrado pelo presidente da OD Consulting, Market Planning & Strategy, Osler Desouzart. Inicialmente, o palestrante destacou números levantados pelo Banco de Dados Estatísticos Corporativos da Organização para Agricultura e Alimentação (FAOSTAT) em 2018, nos quais foram apontadas as produções de ovos em 208 países, com o Brasil aparecendo na quinta posição da lista.

pube

Osler também enfatizou a carência por estatísticas atualizadas e destacou que os últimos números globais de consumo per capita da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) são de 2013. “Não é infrequente que se obtenham números contraditórios. Se buscarem no Google o consumo per capita de ovos terão amplas escolhas e idem no nosso próprio IBGE ”, contou o palestrante.

O pesquisador falou sobre o consumo per capita de ovos por país, com o Brasil aparecendo na 65ª posição com um consumo de 8,98 quilos por habitante, enfatizou as diferenças nos números de ovos utilizados para incubação e para o consumo, destacando neste último ponto que o brasileiro ainda consome um percentual baixo de ovos. “Segundo dados da OD Consulting de 2018, o Brasil estaria com o consumo real de 164,5 ovos per capita. Por essa conta, o brasileiro come um ovo a cada 2,2 dias, é pouco, é muito pouco, ainda mais olhando o percentual de apenas 0,26% para exportação, em comparação com os 79,59% para consumo real e os 20,15% para incubação ”, frisou Osler.

Ainda nesta pauta, o palestrante provocou o participantes apontando diversas ações que são necessárias para o setor, como: investir em campanhas para promoção de consumo, eliminar de mitos e crendices de informações sobre o segmento e sobre a saudabilidade do ovo, combater diariamente desinformações sobre o ovo e que facilmente são propagáveis na era da informação instantânea, interagir com universitários de medicina, nutrição, educação física, fisioterapia, zootecnia, veterinária, comunicação, e estender essas campanhas à classe médica e de profissionais de saúde, entre outros pontos.

Se preparar para atender no futuro

Enfatizando que a população brasileira cairá em números absolutos a partir de 2048, Osler frisou que a produção de ovos em cidades como Santa Maria de Jetibá terá que aumentar seu número de poedeiras e granjas, além da logística de trabalho. “Para Santa Maria de Jetibá manter seu percentual junto à produção brasileira em 2025. Há poedeiras para isso? Há granjas? Há logística? ”, questionou o palestrante.

Ele também lembrou que o Brasil é potência exportadora de vários produtos agropecuários, mas que o setor de ovos definitivamente não é um deles, onde destacou que, baseados em dados da OD Consulting de 2005, as exportações de ovos em casca são irregulares, sendo que as de ovos líquidos hoje representam 22% do que representaram em 2005. “A exportação deveria ser uma absoluta prioridade. Cada 1% exportado aporta necessidade de quase 40 milhões de dúzias adicionais de produção ”, falou o pesquisador.

Por fim, Osler destacou que a excelência do país na produção mundial de soja (1º no ranking) e milho (3º no ranking) devem servir de exemplo para o setor de ovos. “A interação com importadores, suas exigências, hábitos de consumo e necessidades aportarão um aperfeiçoamento contínuo com reflexos positivos na demanda interna. Organizem um plano estratégico para o setor em 10 anos, incluindo metas quantificadas e datadas. Cacem em bando e defendam-se em bando ”, encerrou o palestrante.


Clique aqui e receba as principais notícias do dia no seu WhatsApp e fique por dentro do que acontece no agronegócio!