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Cafeicultura

Abelhas vão ajudar produtores de café de Linhares a aumentar a produtividade

por Assessoria de Comunicação Prefeitura de Linhares

em 11/06/2021 às 14h03

6 min de leitura

Abelhas vão ajudar produtores de café de Linhares a aumentar a produtividade

Colmeias de abelhas. (*Fotos do engenheiro agrônomo Fábio Moura Passos/Divulgação)

As abelhas, vistas por muitos como perigosas devido ao seu ferrão, exercem papel fundamental para o equilíbrio ambiental, produtividade agrícola e vida humana, que, muitas vezes, passam despercebidos. Em Linhares, a Secretaria Municipal de Agricultura se uniu a cafeicultores e apicultores para potencializar a polinização das flores do café, por meio da instalação de colmeias dentro dos cafezais, o que também contribuirá com o aumento da produção de mel e a preservação da espécie. Na próxima terça-feira (15) terá início a visita das áreas onde serão instaladas as colônias.

Na primeira etapa as localidades a receberem as caixas serão: Desengano, Quartel de Cima, Farias, Córrego Dr. Jones e região de Japira. As áreas definidas para receber foram as que possuem, conforme mapeamento da Secretaria de Agricultura, maior concentração de cultivo de café no entorno, haja visto que a abelha tem capacidade de polinizar as flores do café em até 2 km do raio de sua casa (caixa).

O secretário de Agricultura de Linhares, Franco Fiorot, explica que as abelhas são pequenas no tamanho, mas tem uma importância gigante no ecossistema. Ao visitar as flores em busca de alimentos – mel e pólen -, elas transportam os grãos de pólen de uma flor para a outra, fazendo assim a chamada polinização cruzada tão eficaz para a cultura do café conilon, por exemplo.

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“Com essa ação das abelhas ocorre a mistura do material genético das plantas, garantindo uma maior variabilidade e, possivelmente, maior resistência contra pragas e outros insetos predadores. Dados apontam que esse processo aumenta em 15% e 20% o rendimento da florada, elevando a produção do café. Como os apicultores precisam das flores para produzir mel e os cafeicultores das abelhas para polinização, promovemos o diálogo com apicultores que praticam a apicultura migratória, aquela em que na época da florada do café, como é o caso, são colocadas as colmeias em algumas áreas, e também já mapeamos com os agricultores as áreas que receberão essas colmeias no município”, diz Fiorot.

Quem está satisfeito com a iniciativa é o cafeicultor Robson dos Reis Silva, de Córrego Doutor Jones. “Esse é um projeto novo na minha região. Estamos animados para receber as caixas com as abelhas que são extremamente importantes no processo de polinização e que acredito que vem para contribuir na melhoria da nossa produtividade”.

O engenheiro agrônomo Fábio Moura Passos, de Santa Maria de Jetibá, trabalha com apicultura, sua principal fonte de renda há 40 anos. Produz mel e cera, e projeta ingressar na produção de própolis. Hoje, o apicultor conta com 700 colmeias e já trabalha há 3 anos com a polinização das lavouras de café. Ele pratica a apicultura migratória, que consiste na mudança de apiário de uma região para outra acompanhando as floradas. No caso do café as colmeias permanecem na lavoura no período da floração, de junho a novembro.

“A polinização ajuda na formação do fruto perfeito e incrementa a produtividade do café. Se pensarmos que uma colmeia possui em média 60 mil abelhas, e colocarmos 40 colmeias numa propriedade, levando em conta que a abelha faz em média 10 viagens por dia da colmeia até a flor, observamos nesse processo como o papel da abelha se torna extremamente significativo na polinização. Ao longo dos anos, houve uma redução expressiva no número insetos que chegam de forma natural às lavouras, daí a importância da introdução das abelhas”, pontua o agrônomo, destacando a importância de o cafeicultor buscar um apicultor profissional para definição correta de área a receber as colmeias para que o serviço tenha eficiência e ocorra de forma segura.

O engenheiro agrônomo da Secretaria de Agricultura, Edgar dos Santos Costa, destaca a importância da parceria entre o apicultor e o cafeicultor.

“O município de Linhares tem atuado como mediador nessa iniciativa em que o apicultor atua com a apicultura migratória, que é quando ele transfere suas colônias (colmeias) para outra propriedade. Para o apicultor o benefício econômico é a produção de mel, cera e pólen e, para o cafeicultor, conforme apontam órgãos de pesquisas, há a comprovação do aumento do incremento na produção de café, melhorando a quantidade do grão e a qualidade também”, ressalta.

Programa Municipal de Qualidade do Café Conilon

A instalação de colmeias dentro de cafezais em Linhares é iniciativa que faz parte do Programa Municipal de Qualidade do Café Conilon, conforme explica o secretário municipal de Agricultura, Franco Fiorot.

“Dentro do programa temos a vertente de fomentar a polinização das abelhas na cultura do café que é muito importante, principalmente o Conilon que é uma cultura de fecundação cruzada, ou seja, a flor do café precisa ser polinizada com a flor de outra planta, seja por vento ou pelo principal agente polinizador que hoje é a abelha. Esse projeto também visa fomentar a consciência ambiental, haja visto que a abelha é um inseto muito suscetível, principalmente aos defensivos agrícolas, e têm muita mortalidade”.

A instalação de colmeias nos cafezais é uma novidade neste quarto ano de existência do programa que conta ainda com diversas ações como o Concurso de Qualidade do Café Conilon de Linhares e a Unidade Itinerante de Qualidade de Café que leva até as propriedades informações sobre produção e qualidade, no período que antecede a colheita, por exemplo.

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