Suinocultura capixaba dá um salto de produção
Produção de suínos quase dobra em quatro anos, mas ainda não acompanha demanda do mercado capixaba
por Fernanda Zandonadi
em 05/03/2020 às 13h52
3 min de leitura
A suinocultura capixaba deu um salto nos últimos três anos. As 13,7 mil toneladas abatidas em 2014 passaram para 25,6 mil toneladas em 2018, quase o dobro. A atividade, comandada por médios e principalmente pequenos produtores, configura-se uma importante ferramenta de acesso à renda para muitas famílias rurais do Espírito Santo.
A carne produzida é totalmente consumida no mercado interno e a produção estadual se concentra nos municípios de Cachoeiro de Itapemirim (36,18%), Viana (14,31%), Venda Nova do Imigrante (13,78%) e Vargem Alta (10,12%).
O setor gera em torno de 4,5 mil empregos diretos. Outros 15 mil trabalhadores têm, de alguma forma, vínculo empregatício decorrente da atividade. O faturamento bruto da atividade no Espírito Santo girou em torno dos R$ 161,4 milhões. Mas a produção capixaba ainda está aquém do que o mercado absorve.
“A suinocultura capixaba está se preparando e se adequando para aumentar a produção. Percebemos que ainda há muito espaço para crescer. Hoje, o Espírito Santo ainda precisa importar carne suína. Quer dizer, o que produzimos não atende nem metade do que é consumido por aqui ”, avalia Nélio Hand, diretor executivo da Associação de Suinocultores do Espírito Santo (Ases).
O uso da tecnologia na suinocultura proporciona benefícios a outros segmentos da cadeia produtiva: os dejetos provenientes da atividade, por exemplo, após devidamente tratados e processados, são transformados em adubo orgânico e usados na irrigação com fertilizantes.
O setor de transporte também é diretamente beneficiado pela atividade. Estima-se que são usadas cerca de 2,5 mil cargas mensais de caminhão, seja para transporte de insumos, animais ou produto final, que vai até o consumidor.
Décadas de história
A atividade suinícola capixaba de caráter empresarial teve início nos anos 1950. Os primeiros empreendimentos localizavam-se de forma bastante distribuída no Estado, porém concentrando-se nos municípios de Castelo, Cachoeiro de Itapemirim e Venda Nova do Imigrante.
Mais Conexão Safra
Nas primeiras décadas, as granjas com animais para abate comercial não diferiam muito das usadas para a criação que seria consumida pela família. Esse quadro mudou bastante nos anos 1980, quando os produtores começaram a perceber nichos que não eram atendidos pelos grandes produtores do Sul do país.
Com essa demanda em vista, esses produtores investiram em melhorias das instalações e em técnicas de produção. Na década de 1990, construção de plantas de abate foram iniciadas em Nova Venécia e outros municípios.
Nesse período, as novas normas legais de proteção ambiental entravam em vigor. No entanto, um fator desestimulou a produção: as variações do preço do mercado, algo que precisa ser trabalhado até hoje para estimular ainda mais o crescimento da suinocultura capixaba.
“Estamos atrelados ao setor nacional, quer dizer, o produtor só investe se tiver oportunidade de venda no mercado. Dificilmente o produtor vai alojar um animal se não souber para quem e por quanto vai comercializar. Ele tem de ter isso vinculado e é um processo que ainda está sendo construído ”, avalia Hand.
Esta matéria faz parte do Anuário do Agronegócio Capixaba,disponível AQUIna íntegra!
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