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Guilhermo Modenese Recla

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A cooperação no agronegócio: o caminho para a retomada do crescimento da economia brasileira

por Guilhermo Modenese Recla

em 15/07/2020 às 17h03

4 min de leitura

Não é novidade, mas todos já sabem a importância do agronegócio nacional para o país, e digo mais, para o mundo. Internamente, o setor é responsável por 23,5% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme mostra o censo 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Externamente, por exemplo, somos o maior exportador de soja, carne de frango e café do mundo, de acordo com os dados da Organização Mundial de Comércio (OMC). O “Agro ”, representou entre o período de janeiro a maio de 2020, 49,7% das exportações brasileiras, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). E mesmo em um momento de crise sanitária causada pela pandemia da Covid-19, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima um crescimento de 2,3% do PIB desse ramo, neste ano.

Mencionar que “o campo ” é a chave de ignição para a retomada e o consequente crescimento da nossa economia não é um exagero, muito menos uma ilusão. Temos um potencial enorme “escondido ” em nossas terras, mas para usufruir de todo esse “tesouro ”, precisamos do associativismo para produzir em maior quantidade e melhor qualidade.

Socialmente, um dos fatores que distingue o homem dos demais animais é a capacidade de cooperar, ou seja, é justamente na convergência das ações entre diferentes indivíduos, que podemos maximizar os resultados obtidos.

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Esse conceito ficou conhecido como o Equilíbrio de Nash, onde todos os participantes ganham com as consequências de suas decisões, mesmo em um mundo capitalista extremamente competitivo.

Tecnicamente, tenho como exemplo a realidade do estado do Espírito Santo, que em 2017, através dos dados do censo agropecuário do próprio IBGE, identificou que apenas 23,3% das propriedades rurais estaduais, recebiam assistência técnica. Um número inexpressivo e que muito provavelmente, não se alterou até hoje. Difícil
compreender essa realidade “bairrista ”, quando nacionalmente temos 1.120 empresas de
tecnologia aplicadas ao agronegócio, as conhecidas Agtechs.

Dentre os fatores que nos atrapalham alcançar esse novo patamar, está o conservadorismo dos nossos antepassados e progenitores, muitas vezes reticentes ao “novo ”, associado a políticas públicas socialistas e intervencionistas. Esse segundo motivo, diga-se de passagem, por culpa da própria sociedade que, em suas diferentes classes, clama pelo protecionismo do Estado em momentos de crise. Proporcionando
assim, uma maior abertura ao Governo para adoção de medidas paternalistas em diversos outros momentos. Toda essa ação governamental, gera desconfiança no mercado financeiro e em especial aos possíveis investidores estrangeiros.

Essas ideologias não tem mais espaço na atualidade, e a cooperação, ainda que de forma insípida, está chegando ao ambiente rural por meio da inovação. O Brasil precisa liderar a mudança nesse ecossistema, já que o mundo precisará produzir nos próximos 40 anos, o que produziu nos últimos 10 mil anos. Todo esse esforço com apenas um objetivo, alimentar a população mundial, o que denominamos de consumidores.

E como já dizia o Sr. Ludwig Von Mises, em sua obra intitulada As seis lições, reflexões sobre política econômica para hoje e amanhã:

“Quem manda em um sistema econômico são os consumidores. ”

Vislumbrando este horizonte, ressalto que se cooperarmos em busca de uma maior e melhor produção, paralelo a um Estado que seja mais objetivo para o protecionismo sanitário de nossas produções, deixando florescer o livre comércio, teremos no agronegócio todo o alicerce necessário para a retomada da economia brasileira em meio ao caos vivenciado, bem como a possibilidade de alavancar o seu crescimento.

Ciente de que:

“Ideias, somente ideias, podem iluminar a escuridão. ” &ndash, Frase essa considerada a principal lição deixada pela Escola Miseniana.

De fato, não podemos perder essa oportunidade!

Guilhermo Modenese Recla &ndash, Médico-veterinário apaixonado pelo agronegócio, atualmente compondo a equipe da Gerência de Educação Sanitária e Ambiental do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo &ndash, Idaf. Acredita
no potencial dessa nação, que chamamos de Brasil, e o caminho para o sucesso está no Agro.

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