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Brasil

Aviação agrícola lançou mais de 10,8 milhões de litros de água contra incêndios

Saldo das operações entre julho e setembro teve ainda 6,8 mil lançamentos contra chamas, em mais de 1,8 mil horas voadas nesse tipo de operação

por Imprensa Sindag

em 21/10/2020 às 9h34

4 min de leitura

Aviação agrícola lançou mais de 10,8 milhões de litros de água contra incêndios

Aviação Agrícola: Saiba tudo sobre essa técnica de pulverização
Foto: Tecnologia no Campo

A aviação agrícola brasileira lançou mais de 10,8 milhões de litros de água contra incêndios este ano, em áreas de reservas naturais e lavouras em todo o País. A estimativa foi fechada nessa terça-feira (20), com base em dados das operações realizadas no combate às chamas no Pantanal e em áreas como a Serra da Mantiqueira em São Paulo e na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, além do cerrado no oeste da Bahia. Sem falar na atuação forte no socorro a produtores rurais, especialmente no noroeste paulista e no sudoeste goiano. Os números apontam ainda mais de 6,8 mil lançamentos de água contra focos de incêndios e em torno de 1,8 mil horas voadas nesse tipo de operação.

Conforme o secretário-executivo do Sindag, Gabriel Colle, os totais podem estar subestimados, já que parte das empresas não informou ao sindicato os dados de suas operações para o balanço. Segundo Colle, apesar de altos à primeira vista, os números não refletem uma demanda plenamente atendida. Isso pela falta de um plano abrangente no País, com todas as esferas de governo, prevendo o uso de aeronaves de maneira mais abrangente e coordenada contra as chamas.

TIMMING

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O diretor explica que em muitos casos os aviões são acionados tardiamente, quando as brigadas em terra já estão exaustas e o fogo ampliou muito sua frente. O que significa mais desgaste de pessoal e equipamentos, mais horas de voo e maior necessidade de água contra as frentes. Em última instância, maior custo e, ainda assim, maiores perdas. “Nesse sentido, temos notado uma mudança de mentalidade no setor privado. ”

Segundo Colle, em Goiás, por exemplo, há três anos os produtores rurais contam com brigadas de incêndio montadas pelas empresas aeroagrícolas. “Desde 2019 o número de chamados aumentou, sem que os incêndios aumentassem na mesma proporção. Motivo: os agricultores começaram a acionar o serviço menos tardiamente. ” O mesmo em São Paulo, onde muitas usinas de cana passaram a pedir apoio aéreo imediatamente ao acionar seus brigadistas em terra.

Vale lembrar que os aviões agrícolas operam em incêndios sempre com brigadistas em terra. A função das aeronaves nesses casos é reduzir o fogo e resfriar o terreno, para que o pessoal em solo chegue exatamente nos focos e apague mesmo os pequenos braseiros. Além disso as aeronaves oferecem proteção aos brigadistas, para que não sejam cercados pelas chamas. E ainda fazem o combate direto a focos em áreas de difícil acesso.

PROJETO

No sentido de tornar a aviação agrícola uma ferramenta de ações de governo contra as chamas, o Senado aprovou no último dia 1º o
Projeto de Lei (PL) 4.629/2020. O texto, de autoria do senador Carlos Fávaro (PSD-MT), altera o Código Florestal Brasileiro (Lei 12.651/2012), determinando que os planos de contingência contra incêndios florestais no País contenham diretrizes para o uso da aviação agrícola. A ideia é criar mecanismos para se aproveitar de maneira mais racional a frota aeroagrícola e pilotos que ficam ociosos durante a entressafra nas lavouras. Período que coincide justamente com a temporada de incêndios florestais o Brasil.

A proposta teve ainda
emendas aprovadas
dos senadores Rose de Freitas (Podemos-ES), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Paulo Paim (PT-RS), Alvaro Dias (Podemos-PR) e Elmano Férrer (Podemos-PI). Basicamente, os adendos enfatizaram a necessidade de se observar a preparação de aeronaves e pilotos para missões contra incêndios e ampliaram o incentivo ao uso da aviação agrícola no combate a chamas em todos os tipos de vegetação (não apenas biomas do Pantanal e Amazônia). O texto foi enviado para a Câmara dos Deputados, onde ganhou pedido de urgência para tramitação, feito pela deputada federal Rosa Neide (PT/MT).

Enquanto isso, no Mato Grosso, o deputado estadual Faissal Calil (PV) apresentou em agosto um projeto de lei (PL) prevendo a criação do Programa Estadual de Controle do Fogo. O texto aborda ações conjuntas do poder público, sociedade civil e entidades privadas. Entre as iniciativas, está o uso de aviões agrícolas no combate aos focos de calor. Isso lembrando que o Estado lidera o ranking nacional de frotas, com mais de 500 aeronaves agrícolas em seu território, segundo a Anac.

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