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Entrevista

“Há a necessidade de colocar a polícia mais presente na zona rural”

por Redação Conexão Safra

em 29/03/2017 às 0h00

4 min de leitura

“Há a necessidade de colocar a polícia mais presente na zona rural”

Diante a insegurança no campo, conversamos com o Coronel Marchezi, que hoje está na reserva após atividade profissional da Polícia Militar. Em entrevista exclusiva à Revista Esta Terra, ele conta sobre os projetos que produtores podem ter acesso para auxiliar o policiamento em áreas rurais.

Quais as deficiências da segurança no campo em relação ao Governo e sociedade?

O campo tem uma grande demanda e há a necessidade de colocar a polícia mais presente na zona rural, mas há a limitação dos recursos humanos e operacionais (de custeio, de manutenção e estrutura do aparato policial). Hoje estou na reserva após atividade profissional, e como produtor rural percebo que realmente o homem do campo está desprotegido, e há sensação de não ter nenhum tipo de policiamento, colocando o produtor numa situação de descrédito em relação à polícia.

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Qual é a dificuldade na efetivação de segurança por parte do Governo?
A redução de custos e a própria demanda de outras áreas, que são mais emergentes que traz crise institucional e são priorizadas. Por este motivo, a zona rural fica desprotegida. Tem-se que buscar alternativas para as demandas estarem associadas ao recurso material humano e a tecnologia como uma forma de aumentar a sensação de segurança e de facilitar todo o processo de prevenção do crime.

Qual a importância do georreferenciamento no processo de segurança?
É extremamente importante. A dificuldade que as vezes a polícia tem de localizar um crime no campo também se dá porque as vias da zona rural não são controladas/coordenadas. O georreferenciamento não só possibilita que a malha viária da zona rural seja reconhecida pela polícia, como as rotas de fuga. Georreferenciar a zona rural hoje seria um trabalho extremamente importante para a ação da polícia, para dar rapidez a resposta até o planejamento em relação à ação preventiva ao passar naqueles locais que estão estabelecidos sem o risco de se perder.


Quando estava na ativa, quais eram as principais ocorrências no campo?
O furto de gado sempre foi um problema de alta dificuldade. Em seguida, os homicídios em determinadas regiões, e mais recentemente o caso de tráfico de drogas, latrocínio, sequestro e cárcere privado. Mas furto ainda é um dos crimes que mais predomina porque as pessoas normalmente querem preservar a sua identidade, ou seja, elas não querem ser reconhecidas como alguém que praticou um crime. Por isso que muitas vezes no campo, você consegue um melhor controle quando a comunidade se organiza para se proteger, por que todo se conhecem.


Quais são os municípios que contam com o georreferenciamento?
O georreferenciamento modelo foi feito em parceria com a Prefeitura e Sindicato Rural de Cachoeiro de Itapemirim. Esse modelo foi implantando também em outros dois municípios em caráter experimental, são eles: Anchieta e Guaçuí, mas só se consolidou em Cachoeiro. Participei das fases de apresentação do projeto, de instalação, de convencimento e cadastro das pessoas.


Há outros projetos que apoiam o trabalho da Polícia Militar?
Os aplicativos Whatsapp e Telegram e o Talão de Informação Policial (TIP), link online com questionário, que depois de preenchido pelo usuário vai para um banco de dados que é gerenciado pela polícia local. Em Guaçuí, por exemplo, a central de comunicação, onde fica o plantão dentro da companhia da unidade da Polícia Militar, tem um computador e nele tem esse software instalado e o policial tem acesso ao grupo que passa informações a essa central. Então ele visualiza, mas tem que orientar caso a vítima tenha que informar ao 190 ou ao 181. Mas extrai aquilo que pode dar uma resposta imediata ou ir para o serviço de inteligência e fazer os levantamentos complementares ou até mesmo um encaminhamento para a Polícia Civil, que é quem tem a competência de elucidar os crimes ocorridos.


Fonte:
SENAR-ES

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