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Família ajuda a recuperar espécies de orquídeas em extinção

por Leandro Fidelis

em 04/04/2024 às 0h03

3 min de leitura

Família ajuda a recuperar espécies de orquídeas em extinção

*Fotos: Divulgação

Matéria publicada originalmente 15/01/2020

O agricultor Edson Sperandio se emociona ao relatar a história do Orquidário Sperandio, inaugurado há 28 anos, na localidade de São Paulo do Rio Perdido, distrito de Várzea Alegre (Santa Teresa), na região serrana do Estado. Isto porque nem tudo foram flores na vida da família.

Apesar do sucesso nos negócios, a perda do filho primogênito e braço direito há cinco anos, em decorrência de um tumor no cérebro, quase fez Sperandio desistir da atividade, atualmente a única fonte de renda da família de origem italiana.

A virada de página ocorreu há três anos quando o caçula passou a ajudar no orquidário. “Meu filho tinha trinta e cinco anos e deixou um legado na reprodução de espécies em extinção na natureza ”, conta Seu Edson às lágrimas.

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O Orquidário Sperandio recebe de 40 a 50 pessoas por fim de semana e virou referência na região. São milhares de orquídeas de diversos gêneros com foco no consumidor final e a preços acessíveis. A maioria são do gênero Phalaenopsis, orquídeas de origem asiáticas, sendo as mais conhecidas híbridos gerados de semente, e depois reproduzidas do caule.

Início

Tudo começou da iniciava de Edson e os dois filhos mais velhos. Segundo o agricultor, por volta de 1991, eles procuravam orquídeas na Mata Atlântica para reprodução, e não para venda. Decidiram comprar plantas fora do Estado para começar a semear e fazer cruzamentos.

“Meus filhos aprenderam a fazer semeadura e nunca mais saíram para o mato atrás de plantas. Desde o início nosso objetivo era recuperar espécies em extinção, não tirávamos da natureza para vender, apenas reproduzir ”, conta Sperandio.

Segundo Seu Edson, certo dia a fiscalização ambiental foi até a propriedade. E embora as plantas não tivessem devidamente registradas na época, os agentes acabaram cobrando uma multa menor, convencidos da contribuição da família para recuperação da natureza da região.

Com a documentação das plantas em dia, a orquidofilia caminhava, mas não era ainda a principal atividade dos agricultores. O sítio, localizado a 28 km da sede do município, dividia-se entre plantios de café, milho, feijão, tomate e banana.

O primogênito Ediel propôs ao pai desistir da agricultura e tocar os negócios com as orquídeas. “Questionei: deixar de produzir comida para mexer com flor? Sempre achei algo supérfluo ”, afirma Seu Edson.

Os dois filhos mais novos foram para a cidade até que Ediel propôs comprar um caminhão financiado para ir a São Paulo adquirir plantas e vendê-las na propriedade. Sem capital, o agricultor hipotecou o terreno e dividiu em seis vezes as prestações do veículo.

E veio a surpresa. Seu Edson conta que logo no primeiro ano comercializando orquídeas deu para pagar a primeira prestação do financiamento do caminhão.

Após a morte de Ediel, Edvânio, o filho mais novo, dono de uma floricultura na cidade vizinha de São Roque do Canaã, e a mulher do agricultor, Lindaura Florenço, passaram a se dedicar ao orquidário, sempre presente em feiras e outros eventos na região.

*Esta matéria faz parte do Anuário do Agronegócio Capixaba, disponível aqui na íntegra!

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