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‘Abacaxi de Marataízes… parece que tem mel!!!’ Conheça o dono da voz da vinheta que virou patrimônio capixaba

O dono desse vozeirão é o locutor mineiro Carlos Fernandes de Oliveira. Ele tem 79 anos, trabalha há 60 com locução

por Fernanda Zandonadi

em 14/12/2023 às 6h33

3 min de leitura

‘Abacaxi de Marataízes… parece que tem mel!!!’ Conheça o dono da voz da vinheta que virou patrimônio capixaba

É doce, doooce, dooooce… Parece que tem mel!” Qual capixaba não se lembra da voz forte e com dicção perfeita chamando todo o bairro para ir ao carro do abacaxi? O dono desse vozeirão é o locutor mineiro Carlos Fernandes de Oliveira. Ele tem 79 anos, trabalha há 60 com locução. Durante 57 anos, também emprestou sua voz a várias rádios brasileiras. Morador de Uberlândia, Minas Gerais, Carlos Fernandes já passou por várias emissoras de rádio, mas viu seu nome ganhar o Brasil por meio das mais diversas locuções, entre elas, a que virou patrimônio capixaba: a do carro do abacaxi.

*Matéria publicada originalmente em 21/06/2021

Acompanhe a entrevista:

A vinheta do abacaxi de Marataízes é um patrimônio capixaba. Como ela foi criada?
Eu fiz de improviso, não tinha nada escrito. A maioria das minhas locuções são assim. A pessoa passa a relação do que vai vender, mas o argumento e a improvisação são meus. Não obedeço um critério formal não. Faço como se estivesse conversando com as pessoas. Tenho essa intimidade respeitosa com as clientes.

Como os produtores de Marataízes chegaram até o senhor?
Eles conseguiram meu contato, falaram comigo e eu inventei. Queria valorizar o produto de Marataízes. E isso virou até meme na internet. De vez em quando chegam memes no meu celular do abacaxi de Marataízes. 

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Aos 79 anos, qual é o segredo de manter a voz em dia?
Não perdi o timbre nem a potência da voz. Não tenho muito segredo não. Não tomo nada muito gelado, não sacrifico minha garganta e bebo esporadicamente. Deus me deu o dom da voz e da facilidade de improvisação. Falo um texto de um minuto e meio sem escrita nenhuma.

O senhor tem uma bela história no rádio e também no universo dos shows, não é?
Sim, passei por várias emissoras. Fiquei 23 anos na Rádio Globo Cultura AM, oito anos na Rádio América e já trabalhei em várias rádios, em muitas cidades de Minas Gerais. Hoje me dedico à locução. Moro em Uberlândia, que é onde fica meu estúdio.   

Agora o senhor está nas redes sociais, mostrando seu trabalho. Isso aumentou a procura por suas locuções?
A procura é grande, pois nas redes sociais um compartilha meu trabalho com outro. Já fiz gravações para todos os Estados. Hoje em dia, eu faço três, quatro, até dez gravações num dia. A que mais gera memes é a do abacaxi de Marataízes. Mas já fiz propaganda até de funerária, o que aparecer a gente vende. Tenho mais de seis mil gravações minhas rodando no Brasil.

Como começou a vida de locutor?
Comecei na cidade de Itumbiara, em Goiás, aos 17 anos. Fazia propaganda de uma loja que vendia tecidos. As pessoas começaram a me falar: “você tem uma voz muito bonita”. Depois disso, em 1959, comecei a trabalhar na Difusora Brasileira de Itumbiara. 

O senhor já trabalhou com shows também?
Sim. Fui chamado para ser apresentador de shows pelo Brasil inteiro. As atrações que apresentei foram Roberto Carlos, Silvinha e Eduardo Araújo. Apresentei shows da Martinha, Wanderléia. Já apresentei show do Chacrinha. Depois começou o sertanejo, comecei com Léo Canhoto e Robertinho, Zezé di Camargo. Sou muito bom de palco, domínio de público. Seguro quarenta mil expectadores só no microfone. Hoje não tenho mais tempo, o estúdio não deixa.  

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