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Internacional

México quer substituir totalmente glifosato até começo de 2024

"Uso de milho geneticamente modificado para consumo humano não será permitido após 31 de janeiro de 2024"

por Agroin Comunicação

em 15/12/2020 às 21h08

2 min de leitura

México quer substituir totalmente glifosato até começo de 2024

México quer substituir totalmente o herbicida glifosato até 2024 - Portal  DBO

O governo do México publicou nesta segunda-feira (14/12), no website da Comissão Nacional de Melhora Regulatória (Conamer), um projeto de decreto que determina a substituição total do herbicida glifosato até 31 de janeiro de 2024. As entidades que compõem a administração pública federal deverão realizar ações para “substituir gradualmente o uso, aquisição, distribuição, promoção e importação do glifosato e agroquímicos que contenham a substância como ingrediente ativo, por alternativas sustentáveis e culturalmente adequadas”, diz o projeto. O projeto recomenda também que, a partir da entrada em vigor do decreto, entidades do governo federal não utilizem, distribuam, promovam ou importem o glifosato.

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A Bayer, que fabrica o herbicida Roundup, à base de glifosato, foi processada nos últimos anos por milhares de pessoas nos Estados Unidos que alegam que o glifosato causa câncer. Após sofrer derrotas em três julgamentos, a companhia anunciou, em junho deste ano, um acordo de até US$ 10,9 bilhões para encerrar 75% das 125 mil ações relacionadas ao herbicida. A Bayer mantém sua postura de defesa em relação à segurança do Roundup e disse que vai continuar contestando os veredictos dos três julgamentos.

Ainda de acordo com o projeto do governo mexicano, o uso de milho geneticamente modificado para consumo humano não será permitido após 31 de janeiro de 2024. Além disso, autoridades não poderão conceder licenças para o cultivo de milho geneticamente modificado no México. Essas medidas têm como objetivo “contribuir para a segurança e a soberania alimentares e proteger o milho nativo, a riqueza biocultural, as comunidades camponesas, o patrimônio gastronômico e a saúde dos mexicanos”.

Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a maior parte do milho norte-americano importado pelo México é usado em ração animal, mas parte é importada para fabricação de cereais matinais, amidos e outros produtos processados. Em 2019, os EUA exportaram US$ 2,7 bilhões em milho para o México, disse o USDA.O projeto está em período de consulta pública e precisa ser aprovado pelas secretarias de Agricultura e Desenvolvimento Rural, de Meio Ambiente e Recursos Naturais, de Saúde, da Fazenda e Crédito Público, e de Economia.

Autoria: Estadão Conteúdo

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