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Pesquisa

Pesquisa desenvolve primeira cultivar de mandioquinha-salsa para indústria

por Embrapa

em 28/03/2019 às 18h57

3 min de leitura

Pesquisa desenvolve primeira cultivar de mandioquinha-salsa para indústria

BRS Acarijó 56. Esse é o nome da mais nova integrante da família da mandioquinha-salsa, também conhecida como batata baroa, que já conta com três cultivares desenvolvidas pela Embrapa Hortaliças (Brasília, DF) &ndash, Amarela de Senador Amaral, lançada em 1998, e BRS Rúbia 41 e BRS Catarina 64, apresentadas à cadeia produtiva em 2015. Apesar do parentesco, a quarta variedade de mandioquinha-salsa do portfólio é a primeira cultivar desenvolvida para a indústria de processamento.

A diferença, no entanto, não é restrita tão somente a essa característica. Embora tenha recebido o mesmo tratamento dispensado à BRS Rúbia 41 e à BRS Catarina 64, no contexto de tratos culturais, a BRS Acarijó 56 apresenta algumas peculiaridades. As mais visíveis dizem respeito às raízes, graúdas e ligeiramente manchadas, ao grande porte das plantas e às folhas eretas. Outro importante diferencial é relacionado ao seu maior teor de sólidos solúveis (açúcares e ácidos orgânicos), o que confere à hortaliça melhor qualidade culinária.

Na opinião do pesquisador Nuno Madeira, o “perfil industrial ” do conjunto de características da cultivar vem ao encontro da demanda por novos materiais próprios para processamento sob a forma de fritas fatiadas (chips ou palha), desidratada, pré-cozida ou para preparo de sopas e cremes.

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Divulgação

“Atualmente, cerca de 5% do volume total de mandioquinha-salsa produzido no País é destinado para a indústria, mas há um potencial para crescimento que pode chegar a 15% do total produzido. A nova cultivar BRS Acarijó 56 pode atender perfeitamente a esse nicho de mercado ”, observa Madeira.

O pesquisador também chama a atenção para a elevada produtividade da cultivar, superior a 50 toneladas por hectare, que representa praticamente o dobro da Amarela de Senador Amaral, ainda a mais plantada no Brasil.

“A elevada produtividade da BRS Acarijó 56 permite economia de área de plantio e menor pressão ambiental ”, complementa o pesquisador Giovani Olegário, da Estação Experimental de Canoinhas – EECan (SC), para quem as potencialidades também convivem com certas limitações.

“A intolerância ao calor é um fator limitante ao cultivo da mandioquinha-salsa em geral, e, no caso dessa nova cultivar, a recomendação é o plantio em Santa Catarina, no Paraná e no sul de Minas Gerais ”, assinala o pesquisador, que coordenou os trabalhos nos campos experimentais &ndash, que incluíram as etapas de validação da BRS Acarijó 56 nos dois estados da região Sul.

Apresentação
A cultivar foi apresentada a produtores rurais presentes no I Encontro Regional de Mandioquinha-Salsa, realizado no dia 27 de março último, no município paranaense de Paulo Frontin. Promovido pela Emater-PR, o evento contou com a participação dos pesquisadores Nuno Madeira, Giovani Olegário e Antônio Bortoletto.

O lançamento oficial da BRS Acarijó 56 acontecerá em junho durante a 26ª edição da Hortitec &ndash, Feira Técnica de Horticultura, na cidade de Holambra, SP.

Edital
O edital para a identificação de parceiros interessados na produção de mudas certificadas está em elaboração e deverá ser divulgado em breve no portal da Embrapa (www.embrapa.br).

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