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Política

Chamada à ação para abordar a crise de preços do café em conjunto

por Conselho Nacional do Café

em 13/06/2019 às 11h09

6 min de leitura

Chamada à ação para abordar a crise de preços do café em conjunto

Divulgação

A GCP lançou uma Chamada à Ação em reação aos baixos preços do café. Assinada por membros do Conselho que representam importantes torrefadores e traders internacionais, representantes dos produtores brasileiros, colombianos e africanos, de certificadoras e da sociedade civil, a chamada aborda itens-chave como mudanças no Contrato C, compromissos maiores de compra de cafés sustentáveis, ferramentas inovadoras para aumentar a transferência de preços para os produtores e aumento de consumo. Leia o texto completo abaixo.

A Plataforma Global do Café (GCP) acredita que a viabilidade econômica da cafeicultura é chave para garantir meios de vida sustentáveis ??em comunidades produtoras de café em todo o mundo. No entanto, a persistência dos baixos preços internacionais do café tem causado danos severos à viabilidade da produção sustentável de café e estão prejudicando as famílias produtoras.

Dada a nossa séria preocupação, a GCP está convocando uma ação coletiva global urgente para superar a crise que ameaça a vida de milhões de pequenos cafeicultores, o meio ambiente e a própria indústria do café.

Por meio da parceria da GCP com a Organização Internacional do Café (OIC), em apoio à sua Resolução 465 e em referência ao Fórum Mundial de Produtores de Café (WCPF), reconhecemos que todo o setor cafeeiro global tem a responsabilidade de fomentar ações rumo a uma renda razoável para os produtores de café e para ajudar a assegurar a viabilidade econômica da cafeicultura mundialmente.

Sendo assim, a Plataforma Global do Café convida a todos os atores e parceiros da cadeia do café a adotar as seguintes ações:

1. Atuar junto às bolsas internacionais de café (EUA e UE) para:

– Aprimorar os contratos futuros de café (Arábica e Robusta) para que sejam instrumentos genuínos e eficazes de descoberta de preços para atender produtores, exportadores, traders, torrefadores e varejistas. Isto inclui a regulamentação da participação das operações de alta frequência, inteligência artificial e algorítmicas (“caixa preta ”) para minimizar a participação especulativa excessiva.

2. Incentivar torrefadores e varejistas a:

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– Assumir compromissos futuros maiores com a compra de café sustentável[i] com preços remuneradores que permitam investimentos na produção sustentável de café.

– Comunicar de forma transparente os volumes de café sustentável comprados de cada origem a cada ano para incentivar a diversidade de fornecimento.

– Promover o consumo de cafés sustentáveis tanto nos mercados importadores quanto nos países produtores de café.

– Ampliar o escopo dos cafés sustentáveis, possibilitando maior participação de pequenos produtores e a gestão de suas propriedades como empresas.

3. Estimular participantes da cadeia café em nos países produtores – governos, produtores, empresas e doadores – para:

– Promover o desenvolvimento de um ambiente negocial favorável para a produção sustentável de café através de plataformas nacionais público-privadas.

– Reduzir as ineficiências e aumentar a transparência ao longo da cadeia de fornecimento para garantir que o produtor receba uma porcentagem maior do preço.

– Promover estratégias de hedge e esquemas de seguro através de organizações de produtores a fim de proteger as margens dos cafeicultores

– Incentivar a diversificação de renda dos pequenos cafeicultores em colaboração com governos, setor privado, doadores e ONGs.

4. Mobilizar agências governamentais, o setor privado e a sociedade civil para:

– Efetuar mudanças políticas que possibilitem um rendimento mínimo para os produtores e a viabilidade econômica da cafeicultura

– Explorar maneiras práticas de canalizar as receitas de impostos gerados especificamente pelo café (impostos sobre consumo, tarifas, taxas, etc.) diretamente aos produtores, para pagar por boas práticas ambientais, atingir produtividade ideal e reduzir custos.

– Desenhar soluções inovadoras para financiar iniciativas de sustentabilidade, por exemplo, através de programas de “check-off ” [ii]

A rede de ação da GCP, com mais de 140 membros globais, parceiros financiadores estratégicos e Plataformas Nacionais de Sustentabilidade do Café, tem trabalhado em vários dos itens acima para melhorar o ambiente negocial para uma produção de café sustentável e lucrativa.

Por meio de Currículos Nacionais de Sustentabilidade do Café, ferramentas digitais com métricas compatíveis para medir a sustentabilidade e Iniciativas de Membros da GCP para ação coletiva estamos aumentando os investimentos, a eficiência e o pertencimento local para eliminar as lacunas de sustentabilidade e inspirar avanços rumo a Regiões Cafeeiras Sustentáveis. A GCP promove ações locais para resultados globais em 9 países que representam 70% da produção mundial.

Junte-se hoje aos esforços dos membros e parceiros da GCP para atuar contra a crise de preços e garantir um setor cafeeiro justo, sustentável e próspero para as gerações futuras.

Genebra, 06 de junho de 2019

O Conselho da GCP e sua Diretora Executiva:

Carlos Brando – Presidente do Conselho, Juan Antonio Rivas – Vice-Presidente do Conselho (Olam), Marcelo Burity (Nestlé), Dan Martz (JDE), Shannon Higgins (Mother Parkers Tea & Coffee), Trishul Mandana (Volcafé), Silvia Pizzol (Conselho Nacional do Café – CNC), Juan Esteban Orduz (Federación Nacional del Café – FNC), Joseph Kimemia (Associação Africana de Cafés Finos – AFCA), Han de Groot (Rainforest Alliance), Herbert Lust (Conservation International), John Schluter (Café Africa), Jenny Kwan (IDH), Annette Pensel &ndash, Diretora Executiva da GCP.

[i] Atualmente, entende-se que cafés sustentáveis incluem aqueles dos programas que foram reconhecidos para serem reportados a GCP: 4C, Certifica Minas, Fairtrade, Rainforest/UTZ, C.A.F.E Practices e Nespresso AAA. Prevê-se que esquemas adicionais de sustentabilidade serão reconhecidos no futuro.

[ii] Um programa de check-off recolhe fundos de pequeno valor agregado ao preço de um produto e usa esses recursos para pesquisa, expansão de mercados, aumento de demanda ou para outras iniciativas genéricas relacionadas ao produto.

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