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Pesquisa

Pesquisa desenvolve método rápido e de baixo custo para a identificação de espécies de fungos

por Coordenação de Comunicação e Marketing do Incaper

em 11/09/2019 às 18h02

4 min de leitura

Pesquisa desenvolve método rápido e de baixo custo para a identificação de espécies de fungos

A pesquisa foi apresentada no Congresso Brasileiro de Fitopatologia, em Recife. Na foto: pesquisadores do Incaper, José Aires Ventura e Hélcio Costa. (*Divulgação Incaper)

Um projeto de pesquisa coordenado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), desenvolve um método eficiente e de baixo custo que caracteriza e identifica agentes causadores de doenças de plantas de espécies do gênero Fusarium, por meio de uma técnica conhecida por HRM (High Resolution Melting).

O Fusarium é um gênero de fungo que tem uma larga distribuição geográfica, sendo que algumas espécies são economicamente importantes, podendo causar doenças em plantas, animais e seres humanos. A caracterização e diferenciação dessas espécies é feita de forma inconsistente a partir de caracteres morfológicos, biológicos, filogenéticos e de acordo com a especificidade do hospedeiro, que “geralmente são imprecisas, caras e difíceis de usar, devido aos caracteres semelhantes e insuficientes ”, explicou o pesquisador da área de fitopatologia do Incaper, José Aires Ventura.

“Portanto, é de extrema importância ter uma metodologia científica para identificar e diagnosticar corretamente essas espécies. Em consequência disso, a identificação correta com o uso de ferramentas biotecnológicas é crucial para a eficiência do controle e ter estratégias para o manejo dessas doenças ”, disse.

Ele conta que a análise é um “poderoso ” processo que faz, de uma maneira mais rápida e simplificada, a varredura de alterações no DNA ou mutações na espécie, podendo a técnica também ser utilizada para o diagnóstico de vírus, bactérias, nematóides, fungos e outros patógenos vegetais, capazes de produzir doenças infecciosas aos seus hospedeiros.

O método utilizado, denominado “High Resolution Melting ”, apontou resultados eficientes nos estudos de taxonomia (identificação) das diferentes espécies de Fusarium devido à sua simplicidade, precisão, reprodutibilidade e baixo custo, com o objetivo de caracterizar e identificar as espécies de Fusarium de variados complexos de DNA.

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“Com esta pesquisa trazemos uma nova contribuição para a agricultura brasileira e mundial para a identificação desses agentes, especialmente os causadores de doenças quarentenárias que podem não existir em alguma região, ou país e que, por este motivo, necessitam ser encontradas para que não ocorra a sua disseminação ”, ressaltou Ventura.

O projeto de pesquisa integra os Núcleos de Excelência (PRONEX) é apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com a colaboração do Núcleo de Biotecnologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Congresso Brasileiro de Fitopatologia – Recife

Com o título “Taxonomia de diferentes espécies de Fusarium usando High Resolution Melting ”, a pesquisa foi apresentada recentemente durante o Congresso Brasileiro de Fitopatologia, no Estado do Recife, pela estudante de doutorado Raissa Debacker Moura e a participação dos pesquisadores da área de fitopatologia do Incaper e Hélcio Costa e José Aires Ventura.

Na ocasião, o pesquisador José Aires Ventura também apresentou uma palestra sobre o manejo integrado de doenças de plantas, com uma abordagem sobre a identificação correta das principais doenças, métodos de coleta adequada para as amostras enviadas aos laboratórios de pesquisa, métodos de diagnóstico e estabelecimento de estratégias de controle, a partir da interação entre os patógenos, as plantas e o meio ambiente.

O evento recebeu mais de mil inscritos, envolvendo palestrantes, estudantes de graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado, além de profissionais que atuam na área de fitopatologia com a participação de mais de 20 Estados do Brasil e de vários países, com destaque para Estados Unidos, Europa e América do Sul.

Na ocasião foram discutidos os principais avanços tecnológicos relacionados às áreas de fitopatologia, com destaque para o diagnóstico de novas doenças, biologia molecular e estratégias de manejo de doenças, visando à redução do uso de agrotóxicos e o aumento da produtividade de variadas culturas.

Para mais informações sobre a pesquisa, basta acessar o link da Biblioteca Rui Tendinha.

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