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Ano excepcional na produção agrícola brasileira

Supersafra de 238 milhões de toneladas de grãos é um marco histórico

por Redação Conexão Safra

em 02/01/2018 às 0h00

9 min de leitura

Ano excepcional na produção agrícola brasileira


“”A agricultura viveu um ano excepcional””, disse Neri Geller, Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ao analisar as ações e os resultados da política agrícola brasileira em 2017. Ele acredita que a conjunção de fatores positivos ajudou a consolidar o País como um dos mais importantes
players
do agronegócio no mercado global.


“As condições climáticas favoráveis, aliadas à competência do agricultor brasileiro, resultaram na safra superior a 238 milhões de toneladas de grãos, uma supersafra. E tivemos a presença firme do Governo Federal, por meio do Plano Agrícola e Pecuário, que propiciou os instrumentos necessários para o produtor trabalhar com tranquilidade e segurança ”, disse ainda o Secretário. “Mais uma vez, o setor agrícola desempenhou papel fundamental na redução da inflação, além de contribuir para a retomada do crescimento econômico. ”


Crédito
Na safra 2017/18 foram disponibilizados R$188,3 bilhões para o crédito rural em
operações de plantio, comercialização e custeio. Para o Seguro Rural foram destinados R$ 550 milhões e R$ 1,4 bilhão no apoio à comercialização da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM).
Para acompanhar o crescimento contínuo da produção agrícola também estão garantidos recursos de investimentos em armazenagem de R$ 1,6 bilhão. Nessa temporada, os cerealistas foram beneficiados pelo Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural), com juros de 7,5% ao ano, e que conta com 12% a mais de recursos &ndash, total de R$ 21,7 bilhões, sendo R$ 18 bilhões para custeio, e R$ 3,7 bilhões para investimentos.


O programa de Inovação Tecnológica (Inovagro) disponibilizou linha de crédito para
conectividade
no
campo, o que contribuiu para melhorar ainda mais a gestão das propriedades rurais, por meio da informatização e acesso à internet. A inovação tecnológica é um dos principais fatores para alavancar a produtividade agrícola. O Inovagro conta com R$ 1,26 bilhão, com limite de R$ 1,1 milhão por produtor. Esse programa financia equipamentos de agricultura de precisão.


Moderfrota
O Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota) passou a contar com R$ 9,2 bilhões, incremento de 82,2%. Máquinas e implementos agrícolas são financiadas em até 90% com prazo de pagamento de 7 anos. O limite de financiamento de custeio é de R$ 3 milhões por produtor, por ano-agrícola. Para o médio produtor o limite é de R$ 1,5 milhão. O prazo de pagamento é de 14 meses para produtores de grãos.

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Comercialização
A grande produção de milho em 2017 &ndash, próxima de 100 milhões de toneladas, somando-se a primeira e a segunda safras &ndash,, resultou em queda acentuada dos preços. Para evitar prejuízos, e garantir o preço mínimo ao produtor, principalmente do Centro-Oeste, onde o plantio do cereal é maior, o Mapa recorreu a leilões de contratos de opção por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com os leilões, o produtor poderia vender o milho das safras 2016/17
para o Governo, em 15 de setembro, ao preço de R$ 17,87 a saca de 60 kg.
Foram realizados cinco leilões de contratos de opção em maio e junho deste ano, nos quais o Governo sinalizou com a compra de 999 mil toneladas de milho e recursos de R$ 297,5 milhões. Todos os contratos foram comercializados. Em setembro, data do exercício, os adquirentes optaram por vender 859.572 toneladas para a Conab.


Além dos contratos de opção, também foram realizadas operações de subvenção por meio do Prêmio para o Escoamento (PEP), destinado à indústria, e do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro), destravando negociações, fluindo a comercialização e garantindo rentabilidade ao produtor rural na região Centro-Oeste. Desde abril foram realizados 17 leilões de PEP e 17 de Pepro. O total ofertado para o PEP foi para 3,95 milhões de toneladas, dos quais foram negociadas 1,93 milhão de toneladas. Já para o Pepro, a quantidade total ofertada foi de 10 milhões de toneladas, com apoio negociado para 7,29 milhões de toneladas. No total, o Governo Federal destinou R$ 796,77 milhões para os mecanismos de sustentação de preços para o milho, correspondente a 10,7 milhões de toneladas.


“Na cultura do trigo ”, informou o secretário Geller, “foram acionados os mecanismos de PEP e Pepro e destinando, respectivamente, R$ 3,38 milhões para 18 mil toneladas, e R$ 87 milhões para 453,1 mil toneladas. No total, foram aplicados R$ 90,46 milhões para 471,1 mil toneladas do cereal nos três estados da Região Sul. ”


Seguro Rural
O Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR)
é prioridade estratégica, um dos pilares da política agrícola brasileira. Em 2017, foram publicados documentos contendo informações detalhadas sobre as indenizações pagas pelas seguradoras no período de 2006 a 2015. Foram atendidos cerca de 420 mil produtores rurais, o que possibilitou a proteção de mais de 52 milhões de hectares, principalmente em culturas de soja, trigo, milho, maçã e uva.


Ao longo da primeira década do Programa, as indenizações pagas em função de ocorrência de eventos climáticos adversos totalizaram R$ 3,9 bilhões, o equivalente a mais de 75 mil apólices de seguro rural. Os dados são apresentados na forma de indicadores relacionados aos pagamentos, tais como o índice de sinistralidade e taxa de risco observado.


Está sendo desenvolvido um sistema eletrônico que permitirá ao produtor solicitar a subvenção federal para aquisição de seguro rural diretamente ao Mapa. São estes os objetivos a alcançar com essa medida: 1) permitir acesso direto do produtor rural à subvenção federal, 2) possibilitar ao produtor conhecer as condições das apólices para fazer a melhor escolha, 3) permitir ao Mapa mensurar a demanda dos produtores por seguro rural e otimizar a alocação de recurso federal, 4) possibilitar a constituição de uma base de dados consistente sobre usuários de seguro rural, que permita a realização de estudos técnicos para o aprimoramento constante das políticas de gestão de risco rural.


Até fim deste ano foram aplicados aproximadamente R$ 371,4 milhões em subvenções federais, mais de 90% do orçamento previsto, mesmo diante de restrição orçamentária. Todos os pagamentos estão em dia, o que garante credibilidade ao programa.


Zoneamento Agrícola
Em 2017, houve avanços importantes no Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). Foram publicadas 252 portarias de zoneamento, identificando municípios aptos ao plantio e seus respectivos períodos de semeadura, com menor risco climático para os cultivos. Aumentou-se a quantidade de estados zoneados, o que induz o desenvolvimento da cadeia do agronegócio. O Zarc tem por objetivo identificar e dimensionar os riscos climáticos inerentes à atividade, orientando o produtor rural não só quanto às datas mais adequadas para a semeadura de sua lavoura, mas também quanto a cultivares adaptadas e registradas para cada região.


Distribuídas pelas 26 unidades da Federação, os estudos de Zarc contemplam 45 culturas. Vinte são de
20 de ciclo anual: abacaxi, algodão, amendoim, arroz, aveia, canola, cevada, feijão phaseolus, feijão caupi, gergelim, girassol, mamona, mandioca, melancia, milheto, milho, consórcio entre milho e braquiária, soja, sorgo e trigo). Vinte são permanentes: açaí, ameixa, banana, cacau, café, caju, cana, citros, coco, dendê, goiaba, maçã, mamão, manga, maracujá, nectarina, oliva, palma forrageira, pêra, pêssego, pimenta-do-reino, pupunha, seringueira, sisal e uva.


Infraestrutura e logística
O escoamento de toda a produção agrícola, principalmente a da região Centro-Oeste, foi objeto de atenção especial. A inversão do rumo logístico de boa parte da exportação brasileira de soja e milho, e a expansão da capacidade dos corredores de exportação do Arco Norte, constituído pelos portos das regiões Norte e Nordeste, resultaram de empreendimentos privados, implantados com o apoio do Governo Federal.


A exportação por esses portos deverá totalizar 26 milhões de toneladas embarcadas para o exterior, representando 24% da exportação nacional. O Arco Norte já tem capacidade de embarque de 40 milhões de toneladas/ano de granéis agrícolas, número que deverá ser ampliado, de acordo com as demandas do setor produtivo.


“Por esse vetor logístico&rsquo,, explica Neri Geller, “os custos de movimentação se situam bem abaixo daqueles registrados pelos portos do Sul/Sudeste, considerando-se o município mato-grossense de Sorriso como ponto de referência. Isso confere ao produtor rural a oportunidade de ampliar sua receita, pela economia obtida na cadeia logística, com reflexos positivos no desenvolvimento regional, na ampliação das áreas produtivas e na geração de emprego e renda ”.


O custo médio da logística de movimentação para os portos do Pará e Amapá poderá ter redução de US$ 50 por tonelada transportada da fazenda ao porto, o que resulta em maior apropriação de receita pelos produtores e, consequentemente, maior desenvolvimento regional e geração de emprego e renda.


A equalização da matriz brasileira de transportes deve ser alcançada com o incremento do modal ferroviário e o aproveitamento dos rios potencialmente navegáveis, como já ocorre nos rios Madeira e Tapajós, e a médio prazo, com o rio Tocantins. Em consequência, deverá ser menor a dependência pelo modal rodoviário &ndash, com o incremento dos que apresentarem melhor performance para grandes volumes e maiores dist&acirc,ncias &ndash,, o que resulta em perspectivas promissoras para o transporte de cargas nos próximos anos.


“A melhoria das condições de logística e infraestrutura &ndash, após a conclusão das obras da BR 163 &ndash, é condição imprescindível para o escoamento da produção, o que contribuirá para a ampliação das exportações ”, concluiu o Secretário de Política Agrícola. “Já foram atingidos recordes, uma vez que de janeiro a novembro houve aumento em 13% das vendas ao exterior, quando comparado a 2016. Exportamos 65,8 milhões de toneladas de soja e 25,2 milhões de toneladas de milho ”.


fonte: Agricultura.Gov

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