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Cloração da água na produção leiteira: sua propriedade é adepta?

por Redação Conexão Safra

em 25/01/2017 às 0h00

4 min de leitura

Cloração da água na produção leiteira: sua propriedade é adepta?

Recentemente, no Blog Gestão da Água, João Luis dos Santos, diretor e fundador da Especializo, publicou um material sobre o uso do cloro na água e desmitificou que essa ação influencie na morte de bactérias no rúmen da vaca. Confira abaixo um trecho na íntegra do material:


“Se o cloro mata bactérias na água, vai matar também no rúmen da vaca e isso irá prejudicar o processo fermentativo, reduzir a produção de leite, matar a vaca, entre outros? Tal pergunta, que surge de produtores, pesquisadores e profissionais como veterinários, agrônomos e zootecnistas entre outros, demonstra um desconhecimento quanto ao processo de desinfecção via cloração bem como o mecanismo de ação do mesmo. Em alguns casos tais afirmações se fundamentam em experiências passadas negativas quanto ao uso do cloro de forma rudimentar, ignorando os procedimentos corretos e assim obtendo resultados indesejados como cheiro forte de cloro na água.


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O cloro é extremamente reativo com nitrogênio ou matéria orgânica, ou seja, antes de matar uma bactéria, cada molécula de cloro deverá se ligar a um nitrogênio. Por outro lado, o cloro precisa de 30 minutos para matar uma bactéria. O rúmen de uma vaca pode conter de 80 a 100 litros de alimentos com uma flora média de micro-organismos na faixa de 1014. Um residual de cloro de 0,5 mg/L na água de bebida dos animais representa 0,0005 gramas de cloro contra 80 a 100 litros de pura matéria orgânica mais uma flora de 1014. Essa quantidade de cloro deverá ser eliminada ainda na língua da vaca. Para oxidar os 100 litros de líquido ruminal e alimento e matar todas estas bactérias seria necessário a vaca engolir várias pastilhas de cloro inteira ”.


Na sequência, o produtor de leite de São João Batistas do Glória/MG, Marcelo Maldonado Cassoli, enviou o seguinte comentário para o artigo:


“Utilizo o clorador de pastilhas recomendado pelo João Luis há mais de um ano. Ele fica na entrada da caixa de água central da fazenda &ndash, que é distribuída para a ordenha, bebedouros dos animais (de bezerras em aleitamento a vacas adultas, todas confinadas), e para todas as casas de funcionários.


Ele é muito seguro, sem risco de superdosagem, e preciso. O único risco é faltar cloro se não for feita a reposição semanal de pastilhas no clorador. Não tivemos nenhum prejuízo em termos de produção de leite, composição nutricional do leite ou aceitabilidade da água pelos animais, muito menos algum tipo de intoxicação dos animais. Muito pelo contrário, a CBT (Contagem Bacteriana Total) do nosso leite não passa de 5 mil e os animais consomem até mais água, pois os bebedouros permanecem mais tempo limpos, reduziu a diarreia em bezerras e gastamos menos mão de obra para lavar todos os bebedouros. Fora a segurança de ter água de qualidade em qualquer torneira da fazenda.


Nossa água é proveniente de dois poços artesianos de excelente qualidade. Mas o risco de contaminação sempre existe e o clorador nos dá segurança. Recentemente um cano da adutora rachou na emenda e a água amanheceu turva nas torneiras. Não precisei fazer nada além de consertar a emenda e continuar a abastecer a caixa normalmente. No dia seguinte a água já estava cristalina. Não tivemos qualquer problema com a sanidade dos animais ou com a CBT do leite por conta disso.


Recomendo fortemente o uso do tratamento da água da forma correta, como o João Luis ressaltou, sem amadorismo e usando a fonte adequada de cloro, é seguro e além da questão de Boas Práticas de Produção e higiene, é uma questão de biossegurança na fazenda, especialmente para quem usa fontes superficiais de água (minas, córregos, açudes, cisternas) ”.


Fonte:
https://www.milkpoint.com.br

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